Wednesday, November 10, 2004

Vítória "a meio"!

O Vitória de Guimarães vem denotando um desiquilibrio acentuado, isto é, os jogos efectuados pelos vimaranenses dividem-se em duas partes distintas: na primeira parte, o Vitória insiste numa toada expectante, à espera do adversário; na segunda parte, quase sempre, corremos atrás do prejuízo.
Bem exemplificativo, foi o número de avançados com que o Guimarães acabou o jogo frente ao Marítimo: Romeu, Alex, Carlos Carneiro e Rafael. Na primeira parte o Marco Ferreira e Romeu foram presas fáceis para o quarteto defensivo maritimista. Por conseguinte, contam-se pelos dedos as oportunidades de perigo e não serão preciso mais do que dois para definir toda a primeira parte do jogo. A primeira, logo no primeiro quarto de hora, Marco Ferreira desaproveitou um bom lance só com o Marcos pela frente; na segunda oportunidade Romeu não fez melhor, hesitando muito na hora do remate, decorria o minuto 37'.
Na segunda parte, a perder por 0-1, na sequência de uma desatenção defensiva, permitindo que Manduca entrasse na grande área com todo à-vontade, o Vitória surgiu mais acutilante. Marco Ferreira saíra lesionado segundos antes do intervalo, dando lugar a Alex e Bráulio ficava nas cabines para Rafael se estrear esta época na Superliga.
O perfil do jogo mudou. O Vitória entrou mais confiante, futebolisticamente mais agressivo e, tal como sucedia no primeiro tempo, o jogo (re)começava com um golo. Dragoner subiu no terreno e, vestindo a pele de um ponta-de-lança, assinou um golo à ‘matador’, aproveitando uma bola ‘oferecida’ pelo guarda-redes Marcos. O Vitória improvisava um avançado e restabelecia a igualdade.Com outra vantagem. Na sequência da falta que originava o livre directo, Evaldo era expulso por acumulação de amarelos, colocando a sua equipa em inferioridade numérica, logo aos 47 minutos.
Com estes dois pressupostos (o golo do empate e a expulsão), julgou-se que a equipa de Manuel Machado pudesse pressionar ainda mais o adversário, porquanto, Rafael, com ‘fome’ de bola, confirmava ter sido uma boa aposta. E foi. Ao colectivo, faltou, porém, dar sequência às iniciativas individuais que dois ou três jogadores iam tomando. Em relação ao resto, procurou-se
o triunfo com recursos pouco ortodoxos: Marco Ferreira (extremo de raiz) chegou a jogar atrás do ponta-de-lança; Djurdjevic (jogador de alas) chegou a alinhar no centro do meio-campo; Alex (defesa direito, como diz Manuel Machado) chegou a actuar a extremo-esquerdo…
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